O Fórum Econômico e a tecnologia

Coluna semanal de Ronaldo Lemos na Folha de São Paulo

publicado em

13 de janeiro de 2020

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Foi em Davos que se disseminaram termos como Quarta Revolução Industrial

No fim desta semana, vai começar a rodada de 2020 do Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum – WEF), na cidade de Davos, Suíça. Já ouvi de um amigo a afirmação de que as cinco mais poderosas instituições do planeta são os Estados Unidos, a China, o Google, o Facebook e o Fórum Econômico Mundial. Faz sentido.  Há muito tempo o Fórum deixou de ser apenas um lugar de debates. É uma organização que consegue definir pautas e jogar luz sobre temas contemporâneos essenciais. Um exemplo disso é a tecnologia.

Foi no âmbito do WEF que foram disseminados os termos “Indústria 4.0” e “Quarta Revolução Industrial”, hoje repetidos como mantras mundialmente.  Esses tópicos foram tema do livro de mesmo nome lançado por Klaus Schwab —fundador e diretor-executivo do Fórum— em 2017. Desde então a “Quarta Revolução Industrial” tornou-se um paradigma para a discussão de políticas públicas globais tanto na área econômica quanto em tecnologia. Como o Fórum possui uma ampla comunidade de participantes de todos os setores da sociedade —que o alimenta com ideias e informações—, ele funciona como uma espécie de termômetro para os temas que são mais quentes no planeta naquele momento.  É também uma plataforma global para colaboração e projeção dos países. Não por acaso é frequentado pelos principais chefes de Estado do planeta, bem como por presidentes e executivos das maiores empresas. Fui convidado neste ano a participar e coordenar no Fórum alguns painéis que sinalizam um pouco do estado da tecnologia no momento atual. O primeiro deles trata do uso da inteligência artificial no setor público.

Como se sabe, hoje nenhuma empresa pode ser dar ao luxo de ignorar a inteligência artificial nos seus negócios. A questão é que governos também têm a mesmíssima tarefa.  O painel vai ter a presença do primeiro-ministro da Eslovênia e de investidores como Kai-fu Lee (autor do livro “AI Superpowers” e tema da coluna da semana passada), além do presidente da empresa Palantir. O objetivo é discutir quais os principais desafios e oportunidades que governos do mundo todo têm pela frente com relação à adoção da inteligência artificial. Outro painel vai tratar do impacto da tecnologia sobre o próprio corpo humano.

O título é sugestivo: “Quando humanos se tornam ciborgues”. A discussão foca os avanços mais recentes da neurociência no que diz respeito a interfaces cerebrais entre humanos e máquinas. O que antes era ficção científica agora torna-se um desafio do presente.  Um dos temas que vou abordar é coleta de dados. Quando o cérebro vira interface, ele passa a coletar e transmitir dados relativos a todas as interações humanas daquela pessoa. Será que em um futuro próximo teremos de assinar um “termo de uso” e uma “política de privacidade” antes de conversar com qualquer pessoa nova? O terceiro painel vai tratar do tema da cibersegurança e da dificuldade de formar profissionais nessa área, sobretudo no âmbito governamental. Ao leitor prometo que, se esbarar com alguma novidade por lá, faço mais um relato sobre o Fórum nas próximas colunas. Reader Já era: iPods Já é: iPads Já vem: Hairpods (espécie de iPod que vaporiza tratamentos capilares diretamente no couro cabeludo)

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