A contribuição histórica das mulheres para as ciências e, em especial para as ciências exatas, é , por vezes, colocada de lado e contada como algo menos relevante. Em parte é por isso sua baixa participação nesses campos, conhecidos na sigla em inglês como STEM – Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática – chegando a contar menos de um terço da força de trabalho nessas áreas mundialmente. É importante destacar também que a desigualdade de gênero é apenas uma das camadas que criam lacunas: raça, classe, sexualidade, território são outras, trazendo como fundamental o conceito de interseccionalidade para olhar para esse desafio. Uma vez que estejam dentro desses espaços, sua atuação nem sempre é livre de outras barreiras, como o assédio e a violência online.  

Cabe, então, perguntar: qual é o tipo de participação que esses grupos minoritários têm no desenho e implementação de tecnologias? Como ampliar, diversificar e assegurar essa participação no médio e longo prazos, para construir tecnologia e ciência de forma mais inclusiva e ética?

Para responder essas perguntas – e levantar muitas outras – elaboramos este curso. Veremos temas como a construção teórica do campo de gênero e tecnologia, a participação de mulheres e minorias nas STEM, as implicações das lacunas de gênero e raça para a construção de tecnologia como inteligência artificial e aspectos da violência online de gênero, que reduz a participação ativa desse grupo na tecnologia de forma geral. O curso é multidisciplinar, com professoras de diferentes áreas para compor o escopo de desafios e oportunidades que visamos explorar.