Fusão nuclear: a tecnologia que pode encerrar a crise climática?

Coluna de Ronaldo Lemos na Folha de S.Paulo.

publicado em

19 de agosto de 2025

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Especialistas afirmam que a fusão estará entre nós em 2035, diz pesquisa da Associação da Indústria de Fusão

Em 2023 estive em um jantar com Sam Altman, o fundador da OpenAI. Todo mundo perguntava sobre o recém-lançado ChatGPT. Aproveitei para perguntar sobre outra empresa dele, a Helion, de fusão nuclear.

Altman respondeu que acreditava que em cinco anos a fusão nuclear seria realidade. Resolveria todo o problema de energia da humanidade e, de quebra, a questão climática.

Achei esse diagnóstico atribuível às caipirinhas que ele havia tomado naquela noite. No entanto, há sinais reais de progresso na fusão nuclear. E mais: uma competição recorde entre empresas privadas e países para ver quem chega lá primeiro.

Se a fissão nuclear gera energia quebrando um átomo pesado de urânio ou plutônio, deixando como resíduo material radioativo, a fusão faz o contrário. Gera energia fundindo dois átomos leves de hidrogênio (deutério ou trítio). O resíduo direto são nêutrons e hélio, um gás inerte. Na água do mar há deutério suficiente para alimentar o planeta por 26 bilhões de anos.

O problema é que para fazer dois prótons com carga positiva (que se repelem) se fundirem é preciso aproximar os núcleos a distâncias mínimas (um femtômetro). Isso requer uma quantidade de energia inicial enorme, usada para aquecer o hidrogênio até que ele vire plasma e para outras estratégias capazes de manter os núcleos próximos, como campos magnéticos ou lasers.

O desafio é justamente chegar à ignição sustentada do material, gerando mais energia do que é consumida.

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