Os NFTs, o wi-fi 6 e o Mapa da Música

Coluna de Ronaldo Lemos publicada na Folha de São Paulo

publicado em

9 de março de 2021

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Nova versão de internet sem fio poderá ser quase tão revolucionária quanto o 5G

Tempos intensos, e precisaria de três colunas para dar conta dos assuntos da semana.

O primeiro e mais importante é que a Anatel, depois de avançar no 5G, avançou também no chamado wi-fi 6E.

Trata-se de sistema similar, grosso modo, ao que usamos em casa para conectar a internet sem fio. No entanto, nessa nova versão, pode ser oferecido publicamente e com qualidade profissional de serviço (o chamado QoS). Pode também ser usado para cidades inteligentes, internet das coisas e manufatura inteligente. Ou seja, pode ser quase tão revolucionário quanto o 5G.

Em decisão histórica, a Anatel reservou toda a faixa de 6 GHz para o wi-fi 6E. E o mais incrível: sem a necessidade de licença. Essas faixas funcionam como “rodovias” pelas quais a comunicação trafega. Para não haver colisão entre os sinais, cada faixa tem seu uso concedido para operadores e usos específicos. A faixa de 6 GHz não será assim. Ela será uma enorme rodovia de comunicação que não precisará de licença para ser usada.

Com as tecnologias atuais, isso poderá levar a uma explosão de inovação no país. Tudo com impacto imediato e permitindo que pequenos provedores regionais e novos entrantes participem do processo. Não sei o que estão colocando na água dos conselheiros da Anatel, mas, seja lá o que for, por favor, continuem. E aumentem a dose. Aliás, obrigado, Adriano Lino, pelo heads-up.

Outro tema que sacudiu a semana são os NFTs, uma evolução fascinante das criptomoedas. O termo significa Tokens Não Fungíveis. “Não fungível” é tudo que é único, exclusivo, insubstituível. Os NFTs permitem a qualquer pessoa criar documentos virtuais únicos, insubstituíveis, que, tal como as criptomoedas, só podem ser vendidos uma vez.

Vários artistas e influenciadores notaram a oportunidade e começaram a criar obras no formato de NFT. A banda Kings of Leon lançou seu novo álbum com NFTs. Houve youtuber famoso ganhando US$ 5 milhões editando e vendendo NFTs para seus fãs.

O NFT funciona como as figurinhas de um álbum. Cada figurinha digital é única, e algumas se tornam extremamente valiosas. Por exemplo, a série de figurinhas chamada “Cryptopunks”, criada pelos artistas Matt Hall e John Watkinson, está custando por volta de US$ 1,3 milhão a unidade.

Cada cryptopunk consiste na imagem estilizada de um rosto, pixelado em baixa resolução, tipo um cartum. No entanto, cada um deles é único e registrado com a tecnologia blockchain na rede da plataforma ethereum. Quem comprar pode dizer que é o dono único daquele objeto virtual, ainda que a imagem dele possa ser reproduzida infinitamente. Eu mesmo tenho a imagem de um cryptopunk no meu computador. Pena que sem o registro no blockchain ela não valha nada.

Para completar, um outro achado da semana é o site Everynoise.com. Criado pelo programador Glenn McDonald, o site mapeia todos os gêneros musicais existentes no planeta (ou ao menos tenta fazer isso). O resultado é chocante. Clicando em cada gênero, dá para ouvir um trecho da música. Clicando duas vezes, dá para ver a lista de artistas daquele gênero.

No verbete “gótico brasileiro”, por exemplo, há bandas como The Lautreamonts ou Gangue Morcego, de que nunca tinha ouvido falar. Boa distração e trilha sonora para tempos sombrios.

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