Relatório | ITS e Ronaldo Lemos lançam proposta de Infraestrutura Digital Pública para o Clima na COP30

28/10/2025

categorias

{{ its_tabs[single_menu_active] }}

tema

O documento foi elaborado a pedido do presidente da COP30 Brazil, embaixador André Corrêa do Lago, no âmbito do "High-Level Technology Advisory Council to the COP30 Presidency", que teve a coordenação de Ronaldo Lemos

Visão geral

O texto parte do diagnóstico de que as iniciativas climáticas globais estão fragmentadas e lentas. A proposta do Climate DPI é criar um “sistema operacional” para a ação climática mundial, interligando dados, finanças e inteligência digital. Um conjunto básico de “software do clima”, aberto para todos os países. Assim como rodovias e redes elétricas foram as infraestruturas do século XX, essa infraestrutura digital seria a espinha dorsal da transição verde no século XXI.

Componentes principais do climate DPI

O relatório propõe uma arquitetura modular, chamada “ClimateStack”, com várias camadas:
Identificação digital – registro único de pessoas, organizações e ativos ligados a projetos climáticos.
Pagamentos e transações – uso de sistemas interoperáveis e contratos inteligentes para transferir recursos e emitir créditos de carbono.
Camada de dados abertos – criação de data lakes climáticos, integrando observação da Terra, IoT e ciência cidadã, com padrões abertos e governança ética.
Camada de aplicações – serviços públicos digitais (alertas de desastres, mercados de carbono, monitoramento de florestas, previsão de risco climático, etc.).
Acesso universal – interfaces acessíveis por web, SMS, rádio comunitária e linguagens locais.

Tecnologias-chave

Observação da Terra (GEOSS, Copernicus, INPE/PRODES):
Padronização global e dados abertos para monitorar clima, florestas e emissões.
Sistemas de alerta e resposta rápida: integração de sensores, IA e crowdsourcing (ex.: Ushahidi, PRISM) para prevenir desastres.
Finanças climáticas digitais: blockchain e contratos inteligentes (CAD Trust, D4C) para rastrear créditos de carbono e fundos verdes.
IA para adaptação e mitigação: previsão de riscos, agricultura de precisão, redes elétricas inteligentes e otimização de emissões.
Infraestrutura verde para IA: data centers e softwares sustentáveis, energia 100% renovável e padrões de “Green Computing”.

Impactos esperados

Monitoramento em tempo real de emissões e desmatamento.
Aumento da transparência e confiança nos mercados de carbono.
Redução de 40% no tempo de resposta a desastres.
Cobertura de alertas climáticos para 100% da população global até 2035.
Economia de bilhões em perdas evitadas e maior fluxo de capital climático.

Conclusão

O documento propõe que a COP30 lance oficialmente o Climate DPI como projeto legado do Brasil, consolidando um “espinha dorsal digital” para o Acordo de Paris. A iniciativa permitirá que ações climáticas sejam monitoradas, financiadas e coordenadas em tempo real, transformando compromissos em resultados concretos.

ACESSE O RELATÓRIO (en)